Baptista Luz

22/09/2017 Leitura de 4’’

Pesquisa em aceleradoras dos EUA

22/09/2017
  • 4’’
  • / Escrito por:

    LAURA RODRIGUES DA CUNHA FELICÍSSIMO

Uma aceleradora é naturalmente um espaço aberto à inovação, sendo criada especialmente com o intuito de apoiar e investir no rápido desenvolvimento de empresas nascentes promissoras, mais conhecidas como startups[1].

As aceleradoras costumam ser confundidas com as incubadoras, mas estas costumam colaborar com projetos que muitas vezes ainda não saíram do papel, e podem nunca vir a se constituírem como empresas de fato. Ou seja, colaboram com negócios ou ideias em estágio anterior aqueles que costumam buscar a ajuda de uma aceleradora.

Não obstante, enquanto as aceleradoras se constituem quase sempre como empresas, as incubadoras surgem muitas vezes atreladas ao ambiente acadêmico, não necessariamente preocupadas com o retorno financeiro dos projetos selecionados, mas com o fomento à inovação e ao empreendedorismo.

No entanto, algumas iniciativas recentes de aceleradoras americanas mostram uma tendência de aproximação do espaço acadêmico e da valorização da pesquisa, sem estar necessariamente atrelada à métodos de valuation de empresas em busca de investimento externo.

A primeira e mais ambiciosa iniciativa surgiu em 2016, na Y Combinator, a primeira aceleradora da história, criada nos Estados Unidos em 2005. Seu fundador, Paul Graham[2], sugeriu naquele ano, em uma palestra para uma turma de graduação em computação de Harvard, que estes buscassem investidores-anjo para suas empresas. Logo ele veria uma oportunidade de treinar e financiar aqueles jovens, em troca de participações societárias nessas empresas.

Onze anos depois, Sam Altmano, presidente da Y Combinator desde 2014, doou $10 milhões de seu próprio patrimônio para a criação do YC Research[3], um laboratório de pesquisa sem fins lucrativos voltado exclusivamente para pesquisas que demandam prazos mais longos, em resposta a perguntas mais abstratas ou para o desenvolvimento de tecnologias mais complexas, que deveriam ser de domínio público. Ou seja, essa iniciativa diverge de tudo o que vimos até agora no ambiente de aceleradoras e investidores-anjo em busca da próxima startup unicórnio.

Por enquanto, já estão sendo financiados quatro grupos de estudo nos seguintes temas: Inteligência Artificial aberta, renda básica universal, Avanço humano e Cidades.

Outra iniciativa curiosa surgiu também em 2016 na 500 startups, também uma das mais importantes dos Estados Unidos. O 500 LABS[4] é um laboratório que cria suas próprias startups do zero, em parceria com engenheiros e designers externos. Como em uma incubadora, as startups ali começam a partir de ideias que serão testadas, até que as melhores delas cheguem ao estágio de serem lançadas e desenvolvidas em grande escala.

Atenta ao movimento das concorrentes, em abril de 2017 a Techstars publicou um artigo[5] de autoria de Alex Krause, gerente de programas da aceleradora. Nele a autora valoriza a tendência de pesquisas realizadas em aceleradoras e apoia que o setor seja um tópico de estudos em universidades de primeira linha, uma tendência que cresce exponencialmente nos últimos anos.

Ela ressalta que aceleradoras existem a apenas 12 anos, o que representa muito pouco em termos de pesquisa, mas esse é um instrumento valioso para empreendedores pois busca entender o desconhecido.

Um exemplo de aceleradora que serve como objeto de estudo em universidades é a Alchemist Accelerator, que é um estudo de caso[6] em Stanford. O objetivo dessa aula é examinar de perto os méritos de uma aceleradora e seu modo de funcionamento.

A aproximação de aceleradoras com o mundo da pesquisa traz enormes benefícios ao ecossistema de startups.

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